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Enxame, de Félix Blume – Casa França Brasil


SECRETARIA
DE ESTADO DE CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA DO RIO DE JANEIRO, CASA FRANÇA-BRASIL
E FESTIVAL NOVAS FREQUÊNCIAS APRESENTAM:

Enxame, de Félix Blume

A instalação sonora Enxame, do artista sonoro francês Félix Blume,é composta por 250 altos-falantes, em que cada um reproduz o som de uma abelha diferente. Suspensos no espaço expositivo, os aparatos lembram um enxame e possibilitam que o espectador tenha diferentes experiências de escuta: tanto bem próximo de cada abelha, quanto uma escuta geral, do grupo. O visitante é convidado a se aproximar desses pequenos seres e a se integrar à colônia. Ouvimos seus cantos, gritos ou conversas em um coro aéreo, como se essas vozes nos trouxessem testemunhos singulares de operárias que tendem a passar despercebidas. No centro da instalação o visitante pode aproximar-se de cada dispositivo, descobrir as vibrações emitidas por cada uma das abelhas e tomar consciência da complexidade do enxame.

Enxame faz parte da 14ª edição do Festival Novas Frequências e tem apoio do Instituto Francês Paris, da Embaixada da França no Brasil e da empresa Ciclo3.

Félix Blume (França, 1984) é um artista sonoro e engenheiro de som atualmente entre o México, o Brasil e a França que utiliza o som como matéria prima em peças sonoras, ações, vídeos e instalações. O seu processo é frequentemente colaborativo, trabalhando com comunidades e usando o espaço público como contexto no qual explora e apresenta seus trabalhos. Sua prática envolve uma compreensão ampliada da escuta, como forma de estimular a consciência do imperceptível e como ato de encontro com o outro. Seu trabalho envolve os sons de diferentes seres e espécies, desde o zumbido de uma abelha, os passos de uma tartaruga ou o canto dos grilos, além de diálogos humanos em ambientes naturais e urbanos. Está interessado na interpretação contemporânea dos mitos, no que as vozes podem dizer além das palavras.

Novas Frequências é um festival internacional criado em 2011 que promove a música experimental, a música de vanguarda e a arte sonora, buscando ressignificar a relação da arte com a cidade do Rio de Janeiro e o ecossistema cultural local. Ao longo dos anos, o festival tem ocupado casas de show de diversos tamanhos e propostas, salas de concerto, instituições de arte, espaços públicos e lugares inusitados — como igrejas, galpões, escolas, praias e cachoeiras. O Novas Frequências propõe então uma relação 360º com a música, desenvolvendo experiências distintas daquilo que se imagina em um festival tradicional em torno de performances, instalações, festas, projetos comissionados, site specifics, palestras, oficinas, cursos, residências artísticas e caminhadas sonoras.

Em sua 14ª edição consecutiva, o “NF” ocupa, de 7 a 15 de dezembro, a Casa França-Brasil, o Centro de Referência da Música Carioca Artur da Távola, o Solar dos Abacaxis, a Quadra do Fala Meu Louro, o Leão Etíope do Méier (Praça Agripino Grieco), a Galeria Refresco, e os galpões Dama e Ladeira das Artes. São 25 atrações de estilos sonoros e trajetórias variadas, reunindo, dentre outros, música improvisada, poesia falada, noise, funk carioca, arte sonora, electro-punk, techno, música contemporânea, ambient e samba experimental.

O Festival Novas Frequências é um projeto contemplado pelo edital Pró-Carioca, programa de fomento à cultura carioca, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura

Curadoria

Instalada no Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), Forty Part Motet, de Janet Cardiff, é uma das instalações de arte sonora mais conhecidas e celebradas no Brasil. A obra consiste em uma série de caixas de som dispostas em semicírculo que reproduzem uma peça renascentista composta no século XVI. No centro do espaço expositivo, ouvimos o coral da Catedral de Salisbury (UK) em uma gravação realizada pela artista em 2001. Cada caixa de som representa a voz de um membro específico do coral, permitindo que, ao se aproximar dos falantes, o visitante distinga cada voz individual do conjunto, criando uma experiência imersiva e singular.

Enxame,
do artista sonoro francês Félix Blume, recria uma lógica semelhante à de Forty Part Motet. Mas com abelhas. Aqui,
250 pequenos alto-falantes suspensos como se flutuassem no ar evocam a imagem
de um enxame vivo, proporcionando ao público uma experiência auditiva
multifacetada: é possível ouvir de perto o som de cada abelha isolada ou se
deixar envolver pela sonoridade coletiva da colônia.

Através de tecnologia de ponta e
microfones altamente potentes, nos tornamos como super-heróis dotados de
audição aguçada, capazes de descobrir as nuances de cada vibração e perceber a
complexa harmonia que sustenta o todo. Cada som revela uma unicidade, mas
também a inteligência comunitária e a profundidade do enxame.

Enxame,
no entanto, vai além de um simples artifício tecnológico. Em um momento de
aquecimento global e crise ecológica sem precedentes, quando a continuidade da
vida humana e de inúmeras espécies está gravemente ameaçada, a instalação nos
convida a uma reflexão profunda sobre como podemos, enquanto sociedade,
construir modelos de colaboração e interdependência mais orgânicos. Afinal,
como em um enxame de abelhas, onde cada indivíduo desempenha uma função
essencial para a sobrevivência da colônia, a união de todos resulta em algo
muito maior do que a simples soma das partes.

Chico Dub
diretor e curador do Festival Novas Frequências

SERVIÇOS: ENXAME

Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro
Abertura: 07 de dezembro, às 10h
Período Expositivo: 07 a 15 de dezembro 2024
Funcionamento: terça-feira a domingo, das 10h às 17h
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental:
 Quartas-feiras de 10h às 11h. Local acessível para cadeirantes
Classificação indicativa livre
Entrada gratuita





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