As construções históricas na região central da cidade do Rio de Janeiro estão em situação precária. É o que mostra um levantamento do SOS Patrimônio, grupo que luta pela preservação do patrimônio histórico do município.
De acordo com a pesquisa, entre 600 e 750 imóveis estão em péssimas condições de conservação e precisam de ajuda urgente.
José Marconi de Andrade, fundador do SOS, chama atenção para a condição do Palacete São Cornélio, no bairro da Glória:
“É um grande crime o que está acontecendo com aquele palacete. Ele vai chegar a 20 anos fechado, tombado desde 1938, porque, naquela época, os especialistas já achavam que aquele prédio tinha um valor histórico enorme, porque ele é considerado uma das obras mais significativas do neoclássico brasileiro. É maravilhoso o prédio, com pinturas magníficas que estão sendo todas destruídas”.
Outros imóveis históricos em dificuldade, segundo Marconi, são o Solar do Visconde de São Lourenço e os prédios do Hospital da Cruz Vermelha e do Clube dos Democráticos. Entre os problemas encontrados estão deterioração das fachadas, abandono, mau estado de conservação, risco de incêndios e invasões.
Marconi também enfatiza a importância de preservar esses imóveis:
“A gente precisa guardar isso. Não só em livros ou em filmes, mas a gente tem que guardar ele lá, o prédio. A gente tem que guardar o patrimônio”.
De acordo com a prefeitura do Rio de Janeiro, periodicamente, técnicos da Subprefeitura do Centro e do Centro Histórico fiscalizam imóveis abandonados e acionam a Defesa Civil para ação emergencial, caso seja percebido risco iminente de colapso na estrutura.