Por Kleber Karpov
A direção de arte e coreografia de Catherine Zilá e Carlos Guerreiro dá vida ao espetáculo “Inabitável”, do Grupo Pele, em uma obra que une dança, circo e contação de histórias. As apresentações ocorrem no Mês do Folclore Nacional, no Teatro Paulo Autran, do Sesc Taguatinga, com sessões programadas para o final de semana. A história, escrita em parceria com Telma Braga, mergulha na cultura popular e usa seres encantados para discutir a perda de memória causada pelas novas tecnologias. A estreia, na sexta-feira (15/Ago) contou com um público de estudantes e pessoas com deficiência visual, que puderam vivenciar a experiência por meio de audiodescrição.
Peça debate avanço tecnológico
De forma direta e indireta, o cenário da peça destaca a preocupação com as questões ambientais. De acordo com Catherine Zilá, a perda de espaço físico dos seres encantados nas matas e rios se torna um reflexo da perda de espaço no imaginário popular, em meio ao avanço tecnológico. A diretora ressalta que, ao resgatar as lendas nacionais como Curupira, Saci, Cuca e Iara, a obra traz uma reflexão sobre a cultura popular em um mundo cada vez mais digital.
Teatro e dança para todos
O Grupo Pele, ciente de sua responsabilidade social, oferece sessões com acessibilidade, que incluem intérprete de Libras e audiodescrição. A assistente social Zozimeire dos Santos, cega, elogiou a iniciativa por possibilitar que ela pudesse “enxergar de maneira subjetiva o espetáculo” e sentir-se incluída. Para o professor de educação física, Eduardo Augusto, a dança e o teatro são “algo novo” para muitos estudantes, proporcionando um momento “muito importante e gratificante” para os alunos do Centro de Ensino Médio 12 de Ceilândia, que puderam vivenciar essa experiência.
Cultura com apoio do FAC
Financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), o projeto “Pele em Trânsito” circula em diversas cidades do Distrito Federal e é o responsável pela produção de espetáculos como “Inabitável”. Segundo Catherine Zilá, o apoio do FAC foi fundamental para a montagem dos espetáculos e garantiu uma remuneração justa para os artistas e equipe de produção.
O projeto segue a turnê para o Plano Piloto com o espetáculo “Um Lugar de Amor” e, em março de 2026, com “O Labirinto de Vidro” no Gama.