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Big Brother e as celebridades: Por que elas não têm medo do cancelamento, mesmo com tantas probabilidades e exemplos recentes?

Por que celebridades, com milhões de seguidores nas redes sociais, com carreiras estabilizadas, se arriscam a ser canceladas ao mínimo deslize dentro de um reality show?

Por Luciene Rodrigues

A casa do Big Brother Brasil está aberta, com câmeras até nos banheiros, sem direito a nenhuma privacidade. Mesmo assim, pessoas famosas se aventuram a estar lá, a mostrar quem são, 24h por dia, por três meses.

A pergunta que não quer calar é: por que elas não têm medo? Por que celebridades, com milhões de seguidores nas redes sociais, com carreiras estabilizadas, se arriscam a ser canceladas ao mínimo deslize dentro de um reality show?

A resposta parece simples: fazem tudo por mais dinheiro e mais fama. Mas a questão pode ser mais complexa e ter a ver com autoconfiança baseada em seus círculos sociais.

Peguemos como exemplo a icônica edição 21 do bbb, que consagrou a agora supercelebridade, Juliette Freire, e quase destruiu a carreira de outras já consagradas, como Karol Conká e Projota, ainda arranhou um pouco a imagem das também famosas Carla Diaz e Vih Tube, além de causar desconforto e constrangimentos para Rodolfo (da dupla sertaneja Israel e Rodolfo) e Fiuk (cantor e ator, também conhecido por ser filho de Fábio Junior).

Pessoas comuns, como Juliette, Gil do Vigor e tantos outros, entraram como anônimos, com pouco a perder se fossem mal vistos na casa, e muito a ganhar caso caíssem nas graças do público. É fácil entender o motivo pelo qual quiseram arriscar, até porquê, o resultado foi positivo para a maioria. Mesmo os cancelados ganharam alguma notoriedade pública, seguidores nas redes sociais, o que lhes garantiu, para o bem ou para o mal, algum status de celebridade e dinheiro.

No entanto, praticamente todas as celebridades que já entraram consagradas, nessa mesma edição, saíram piores do que quando entraram. Alguns precisaram pedir desculpas públicas por seu comportamento ou suas palavras, outros se isolaram após o programa na esperança de o público esquecer que estiveram lá, a maioria demonstrou tanto desconforto ao sair, que ficou claro que preferia nem mesmo ter entrado no reality.

Nas edições seguintes, outras celebridades se arriscaram, com a mesma confiança, e novamente, saíram desejando nunca ter entrado. É o caso do neto de Silvio Santos, Thiago Abravanel, que entrou confiante, fez a linha zen, tentou transformar a casa num spa de luxo onde faziam rodas de meditação e luares de cantoria.

Caiu na antipatia do público tão rápido que parece ter sentido isso de dentro da própria casa, e pediu para sair do jogo, do qual não quis mais saber nem de falar.

Na sequência vieram as “patricinhas”, celebridades filhas de outras celebridades, ricas e famosas, Yasmin Brunet e Wanessa Camargo. Mesmo destino, saíram rechaçadas pela opinião pública, acusadas de preconceito racial, vistas como antipáticas, para falar o mínimo.

Então, afinal, por quê, diante de tantos exemplos negativos, outras estão entrando? Gracyanne Barbosa, Diego e Daniele Hypólito, entre outras, com suas carreiras já consolidadas, com seus seguidores, por que arriscam suas imagens?

Autoconfiança gerada por sua bolha. Isso mesmo. Cada pessoa, seja anônima ou famosa, é cercada por um grupo. Família, amigos, fãs ou simples conhecidos em redes sociais, é comum que o indivíduo se cerque e se relacione com aqueles que têm afinidades consigo. Sendo assim, ele está acostumado a ter suas palavras e ações validadas, aplaudidas, ou mesmo as poucas críticas, são dadas com parcimônia.

Isso causa uma sensação de não ter defeitos, ou mesmo de os possuir em pouca quantidade, ou pior, de conseguir escondê-los bem.

Mas o fato comprovado por tantas edições de reality shows, é que as máscaras mal duram 24h horas, quem dirá semanas, meses.

É aí que, cercados por desconhecidos, julgados por um público que não é sua bolha social, as pessoas deixam seu lado real vir à tona, um lado que as vezes nem elas próprias tinham consciência de existir.

Dificilmente alguém se vê como preconceituoso, intolerante, como mal julgador. Mas o olhar de 63 câmeras é mais preciso do que o nosso olhar sobre nós mesmos. Um júri formado por 200 milhões de telespectadores se sobrepõem ao de nosso grupo social. E pode ser cruel.

E é aí que essas celebridades percebem que pularam do avião e o paraquedas não abre.

Vamos aguardar a queda das máscaras. Costuma ser bem rápido.

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