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Exposição Flecha – Casa França Brasil


Neste sábado, 21 de junho, a partir das 13h, A Casa inaugura FLECHA, exposição individual da artista multidisciplinar Mercedes Lachmann. Trata-se de uma instalação imersiva – com som, imagem e escultura – que tem raízes em saberes ancestrais femininos, explorando a conexão com o mundo vegetal, sob curadoria da crítica de arte Cristiana Tejo.

Antes da abertura oficial, às 11h, será realizado um ritual em honra aos ancestrais e à cultura africana, conduzido pelo Instituto Cultural Filhos das Almas.

A artista enfatiza a centralidade da experiência com as mulheres erveiras, o que se evidencia logo à entrada, com a disposição performática de folhas de plantas tropicais, com que anteriormente Lachmann fez um grande bastão de defumação. Ao final da mostra, em 03 de agosto de 2025, as folhas voltarão a compor um bastão que será queimado na parte externa da Casa.

FLECHA foi apresentada em 2023 no Museu Internacional de Escultura Contemporânea [MIEC] de Santo Tirso, Porto, Portugal. A mostra, que chega agora ao Rio com mudanças que ampliam a ocupação conceitual do espaço expositivo, tem apoio da República Portuguesa e do Programa de Internacionalização do Departamento Geral de Artes de Portugal.

“Na exposição do MIEC”, conta Mercedes, “o recorte curatorial toma a flecha como elemento material e conceitual que interliga histórias, lugares e tempos, dialogando com o ecofeminismo e a arte ambiental. Na Casa França-Brasil, as flechas que atravessaram o oceano Atlântico, regressando do continente europeu, são acolhidas pelas plantas, pelo conhecimento das mulheres de saberes ancestrais, assim como na força de suas vivências”, Lachmann compara.

O edifício neoclássico, no centro do Rio de Janeiro, assinado pelo arquiteto francês Grandjean de Montigny, foi inaugurado em 1820, como a primeira Praça do Comércio da cidade, então sede do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Esta função original da Casa também influencia a artista a propor atravessamentos para criar uma experiência para o público em conexão viva com o território, que já foi “floresta”.

A exposição

A arte de Mercedes Lachmann aborda questões contemporâneas, como as do âmbito do Ecofeminismo e da Ecologia Profunda. Alguns de seus trabalhos dialogam com a arte ambiental e a Land Art. Até o início de 2019, a água foi elemento constituinte de sua poética. A partir do final daquele ano, a artista trouxe para a sua produção as possibilidades das plantas, ervas medicinais e aromáticas. Com as plantas, vieram a madeira e as folhas, que se alinham em colaboração e integração para multiplicar formas e experiências.

Na nave principal do edifício [desenho acima], a artista dispõe a instalação intitulada “Flecha”, composta por quatro linhas curvas, a cinco metros de altura, das quais pendem, quase tocando o piso, grandes folhas de plantas, como bananeira, palmeira, colônia e alpínia, elementos de um grande bastão de defumação — feito por Mercedes em colaboração com as Mulheres Erveiras da Mantiqueira em 2021, e tema do vídeo O Dia Fora do Tempo, que integra a exposição. O sensorial tem função preponderante na proposta desta mostra: pelo espaço da nave central, o visitante será envolvido com sons do amanhecer na floresta amazônica, em loop, e aromatização natural com difusores.

Na abordagem de Lachmann, a Flecha de ferro, outro elemento desta exposição instalativa, aparece curva, formando círculos sobre o chão e na parede. Aqui a flecha é um símbolo que estabelece conexão entre o que está visível e o invisível.

Em outro segmento, que a artista intitulou Arraste, estão esculturas de madeira descartada, pós desmatamento, e vidro soprado. Arraste é como os desmatadores chamam o momento de arrastar as toras para o ponto de escoamento.

O visitante vai encontrar sobre o piso do circuito expositivo Totens criados por Mercedes Lachmann. São esculturas de madeira, restos de desmate, trabalhadas, respeitando seus movimentos e cavidades. Os totens surgem em composição com esferas de vidro com tinturas de ervas ou com outros vidros, bronze ou flecha.

A instalação Tropirizoma [detalhe acima] é “um jardim cinético”, como compara a artista, formado por 11 elementos verticais, cujas bases reproduzem as fases da lua, enquanto as hastes portam vidros, de formatos diversos, com tintura de planta. As hastes estão conectadas por um circuito elétrico que opera em três velocidades.

Reservada em uma área exígua do espaço expositivo, chamada de Cofre, estará a escultura de bronze Fim e princípio. O trabalho se refere à “circularidade do tempo, não a sua linearidade. O zero, onde algo termina é exatamente onde começa”, argumenta a artista.

Sobre a artista

Mercedes Lachmann (RJ, 1964) é uma artista multidisciplinar, graduada em Comunicação Visual pela PUC-RJ, em 1986, e aluna de Paulo Sergio Duarte, Iole de Freitas, Fernando Cocchiarale, Charles Watson e Gianguido Bonfanti, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ. Em 2018, foi indicada ao Prêmio Pipa, uma das mais importantes láureas de artes visuais do Brasil. Em 2020, passou a integrar o coletivo de artistas @BoraGirls, que apoia causas de mulheres em situação de vulnerabilidade com ações de arte e comunicação.

Lachmann começou a participar de coletivas em 2014, quando impressionou com o enorme barco encalhado na Praça Paris, no centro do Rio de Janeiro, na coletiva Esculturas Monumentais. Expôs em centros culturais, como o Paço Imperial, e museus, como MAC Niterói, Museu Histórico Nacional e Museu da República.

Em 2017, integrou a curadoria de Gabriela Davies no projeto Displacement Exhibition, em Londres e na Villa Aymoré, RJ. Mercedes expôs também em coletivas em galerias comerciais no Rio, em São Paulo e Belo Horizonte, como a FDAG|Carpintaria, Zipper, Orlando Lemos, Casa Bossa, entre outras, e centros culturais como o Centro Cultural Correios de SP e o Paço das Artes, SP, em 2023 e 2025 respectivamente.

Em 2020 e 2021, ela fez parte do coletivo de arte Bora Girls, na Blaze Image Gallery, em Londres, e “Show para ninguém”, com curadoria de Daniela Labra, na mesma galeria. Em 2024, a convite da cocuradora Cristiana Tejo, participou de coletiva na Fundação Bienal de Cerveira e fez uma intervenção na Biblioteca de Central do Porto, ambas em Portugal. Com o coletivo @BoraGirls, a artista expôs em “Convergência Botânica”, no estúdio de Luzia Simons, em Berlim, Alemanha.

Este ano, a artista integrou a coletiva “Ainda não é o fim do Mundo”, Paço das Artes, São Paulo, a convite do curador Renato De Cara.

A artista fez individual, em 2019 e 2022 na Galeria Gaby Indio da Costa, no RJ, e, em 2023, no Museu Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso, no Porto. Na Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, Lachmann apresenta FLECHA, de 21 de junho a 03 de agosto de 2025.

Programação

Programa participativo durante a temporada de FLECHA na Casa:

  • 24 de junho, 17h, roda de conversa com críticos, curadores e a artista;
  • 19 de julho, mostra de vídeos sobre mulheres erveiras, sob curadoria de Bianca Sevciuc, naturologista e coautora do livro “Eu mais velha”;
  • 25 de julho, o chamado dia fora do tempo, roda de conversa com mulheres erveiras;
  • 03 de agosto, encerramento da exposição com a queima do bastão de ervas, na parte externa da Casa.

Abertura da Exposição “Flecha” – Mercedes Lachmann
Data de abertura: Sábado, 21 de junho, às 13h
Ritual de abertura: Sábado, 21 de junho, às 11h
Período de visitação: De 21/06 a 03/08
Horário de funcionamento: Ter a Dom, das 10h às 17h.
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: Toda quarta, das 10h às 11h
Classificação Livre
Entrada Gratuita
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78, Centro – Rj





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