Quantas tramas são necessárias para se fazer uma mulher? “Trama”, diz dessa troca permanente de personas, nas quais as mulheres foram se fazendo, vestindo, tirando ou sendo arrancada delas, para existirem e resistirem no mundo, desde os tempos passados até a nossa contemporaneidade. O projeto de circulação do espetáculo é viabilizado pela Política Nacional Aldir Blanc, por meio do Governo de Goiás e da Secretaria Estadual de Cultura.
Inspirado na mitologia grega, a narrativa do espetáculo fala das moiras – três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos. Eram três mulheres responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos. Durante o trabalho, as moiras fazem uso da roda da fortuna, que é o tear utilizado para se tecer os fios. As voltas da roda posicionam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada (o topo) ou em sua parte menos desejável (o fundo), explicando-se assim os períodos de boa ou má sorte de todos.
De acordo com a dançarina, Iara Prado, a dança tem a capacidade de acessar o que muitas palavras não alcançam, transmitindo emoções a partir de um lugar pessoal e sensível. “Me sinto parte de algo necessário. Estar em um trabalho que olha para a experiência feminina com profundidade me toca como artista e como mulher. É como se, ao dançar, estivéssemos também contando partes da nossa história, o que dá ainda mais força para estar em cena”.
“Fazer parte de uma pesquisa como essa em dança é muito significante, nos coloca presentes dialogando e permeando nossa realidade fora dos palcos. Dar luz ao feminino e suas amarras, que perpassam gerações é um ato de resiliência”, complementa a dançarina Dinekelle Lemes.
Dança afro e processo de criação
A atividade propõe um mergulho estético e técnico na dança afro e contemporânea, com uma abordagem focada no corpo como espaço de criação, identidade e resistência. Ministrada pela diretora artística da Nômades Grupo de Dança, Cristiane Santos e as bailarinas: Julia Ormond, Dinekelle Lemes e Iara Prado, a oficina vai acontecer nesta sexta-feira (12/09), às 9h, no Laboratório de Arte e Movimento (LABAM), de Goiânia.
A oficina é destinada a bailarinos, coreógrafos, estudantes de dança e pessoas interessadas na cultura afro-brasileira e de dança contemporânea, com idade mínima de 16 anos. Para participar, basta fazer a inscrição gratuita pelo Sympla.
Serviço: Trama – Oficina e Espetáculo de Dança em Goiânia
Oficina: sexta-feira (12/09), às 9h, no Laboratório de Arte e Movimento (LABAM), situado na Av. dos Flamboyants, QD 17 LT 23 – Parque das Laranjeiras
Espetáculo: terça-feira (16/09) e quarta-feira (17/09), às 20h, no Centro Cultural da UFG (CCUFG), localizado na Av. Universitária, 1533 – Setor Leste Universitário
Duração: 45 min – Classificação: 10 anos
Entrada Solidária: 1kg de alimento não perecível ou um item de higiene pessoal.
Ingressos Gratuitos: retirada pelo Sympla
Mais informações: @nomadesdanca