A abertura da exposição “Uma história de Autenticídio” do artista visual e filósofo Ivaan Hansen acontece quinta-feira (16/10), às 19h, na Vila Cultural Cora Coralina. Sendo que no sábado (25/10), às 16h30 terá uma leitura dramática sobre as obras, com o ator Matheus Gomes. A mostra composta por oito telas tem a curadoria de Joaquim Olivreiro e a produção de Rosângela Camargo (RCamargo Produções). As visitações podem ser feitas gratuitamente, até o dia 9 de novembro.
Ivaan Hansen vem se destacando no cenário das artes contemporâneas por uma produção autoral, crítica e profundamente humana. Com mais de 20 anos de trajetória na pintura em tela, suas obras têm como protagonista o ser humano — não idealizado, mas apresentado em sua complexidade, fragilidade e urgência.
Na visão do artista visual, a figura humana é como um espelho. Através dela vemos não apenas o indivíduo, mas uma coletividade inteira. “Colocar o ser humano como protagonista é lembrar que, apesar de todo o ruído do mundo, ainda somos nós que estamos em jogo — nossa identidade, nossa autenticidade e nossa própria essência”, completa.
Um dos traços mais marcantes de sua linguagem é o uso simbólico de elementos visuais sobre a cabeça das figuras retratadas. Esses elementos funcionam como mensagens, alertas ou estados mentais materializados. A proposta de Ivaan não é esconder, mas revelar: cada imagem sobreposta expõe o pensamento, a memória ou a dor que atravessa o personagem. Sua pintura, assim, não apenas se vê — ela nos vê de volta.
De acordo com o curador, Joaquim Olivreiro, a exposição cria uma narrativa convertendo os personagens pintados em eus-líricos de uma história. “Imaginei suas vidas, seus medos, o antes e o depois da cena congelada na pintura e transformei tudo isso em relatos confessionais, poéticos e fragmentados”, complementa.
“Levar esse trabalho para a Vila Cultural Cora Coralina é, ao mesmo tempo, uma celebração e um alerta. Minhas expectativas são de encontro: que as pessoas não passem apenas pelas obras, mas que permitam que as obras passem por elas”, afirma Ivaan.
Trajetória
Entre o gesto pictórico e o pensamento crítico, sua arte propõe uma pausa — uma suspensão do olhar automático — para provocar reflexão. Os temas abordados passam por questões contemporâneas como a artificialidade das emoções, a sobrecarga de estímulos e a perda do real em meio ao excesso de informação.
“Questionar nossas atitudes cotidianas não é apenas um exercício intelectual, é uma forma de resistir à anestesia do mundo contemporâneo e recuperar uma mínima consciência sobre o que estamos nos tornando”, enfatiza o artista visual.
Formado em Filosofia, Ivaan leva para a tela um olhar profundo sobre o tempo presente, questionando temas como a artificialidade das emoções, o excesso de estímulos e a crescente perda do real. Sua obra propõe uma pausa no ritmo acelerado da vida contemporânea, convidando o espectador à reflexão e à escuta de si e do outro.
