A obra de Selma Di Medeiros retrata de forma autêntica a vida e as tradições do interior goiano, contribuindo para a preservação e valorização da nossa memória cultural. A mostra com curadoria de Fernanda Porto é uma oportunidade única do público vivenciar nossas raízes sertanejas. O projeto está sendo realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.
“Há 30 anos, um olhar singelo colhe memórias para transformá-las em cor. A artista Selma Di Medeiros constrói um universo onde as casas rurais e os interiores goianos são palco para cenas carregadas de afeto: o café fumegando no fogão a lenha, as janelas abertas para o quintal, o cheiro da madeira, as conversas que costuram o tempo devagar. Em suas telas, a vida não corre — repousa”, evidencia a curadora Fernanda Porto.
Segundo Selma Di Medeiros, quem for à exposição vai poder fazer um passeio pelos cômodos da casa imaginária dela. “Uma casa de caboclo, onde o maior luxo é a simplicidade e também seus quintais e seus afazeres. A mensagem que tento passar por meio das minhas telas é que não devemos esquecer de onde viemos, mesmo diante de tanta tecnologia”, enfatiza.
A exposição é uma viagem no tempo, onde pretende levar o público para a casa dos avós. É com esse saudosismo às nossas raízes que a mostra quer proporcionar aos visitantes a tradição dos nossos antepassados. Cenas que nos farão lembrar da ordenha, do ferro a brasa ou mesmo do fogão caipira. Na concepção da Selma Di Medeiros, vida na roça é sinônimo de poesia. “Essa exposição é um marco para a minha carreira e quero hastear cada vez mais alto a minha bandeira que é a tradição e o respeito pelo trabalhador rural”, complementa.
Trajetória
“Meu DNA é da roça e isso me fez descobrir minha verdadeira paixão que é a Vida na Roça. Muitos anos depois fui morar em Recife-PE e fiquei encantada com o colorido do frevo e criei sete prints que coloco em tudo e se tornou minha segunda assinatura. Desde então, houve uma explosão de cores na minha vida”, afirma a artista visual.
O início da carreira aconteceu em 1996, com a exposição “Nú Floral” – homenagem a sua amiga Leda e que resultou em uma coleção de telas. Filha de professora do ensino especial, Selma passou toda a infância e adolescência participando dos eventos do Instituto Pestalozzi de Goiânia. Foi servidora pública na área da educação e atuou no ensino especial no próprio Instituto Pestalozzi e também na Apae.
Utilizando a técnica óleo sobre tela, Selma explorou várias fases artísticas, consolidando na série “Vida na Roça,” que retrata o cotidiano rural, objetos e costumes. Das telas, a artista expandiu-se para camisetas, bijuterias e máscaras pintadas à mão, todos desenvolvidos com chassi largo e molduras criadas a partir de retalhos pintados.
Serviço: Selma Di Medeiros: 30 anos de Arte e Tradição
Abertura: quinta-feira (04/09) às 19h
Visitações: até o dia 12 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Onde: Instituto Rizzo (Av. Cora Coralina, 242, St. Sul – Goiânia-GO)
Mais informações: @selma_di_medeiros
Entrada gratuita!