O principal banco de dados do Brasil sobre objetos tombados desaparecidos foi modernizado. O Iphan disponibilizou, nesta quinta-feira (30), um novo portal que amplia as possibilidades de busca e recuperação de peças de valor artístico e histórico que foram furtadas ou estão desaparecidas.
O Banco de Bens Culturais Procurados do Iphan contabiliza 1.810 objetos cadastrados. Ao todo, 108 foram recuperados e 1.702 seguem desaparecidos.
São procuradas obras de arte, manuscritos, livros antigos ou raros, arte sacra e mobiliário que representam a memória do povo brasileiro, como destacou o presidente do Iphan, Leandro Grass, no lançamento do portal:
“Instrumentos como esse, que são aparentemente muito técnicos, mas que têm um potencial popular muito grande, não fazem sentido se não alcançarem as pessoas, se não alcançarem aquele cidadão que tá na ponta, que possa resgatar sua memória e resgatar seus direitos culturais a partir dessa ferramenta.”
Presente no evento, o embaixador Laudemar Gonçalves, secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura, informou que o governo está na reta final de implementação do Comitê Nacional de Prevenção e Combate ao Comércio Ilegal e de Retorno e Restituição de Bens Culturais, iniciativa que vai reunir 16 órgãos federais.
O embaixador destacou o esforço concentrado para restituição de bens culturais que estão fora do país, a exemplo do manto Tupinambá, que retornou ao Brasil no ano passado após 300 anos na Dinamarca, e o fóssil Ubirajara jubatus, contrabandeado em 1990 e devolvido pela Alemanha em 2023.
“Nós queremos cada vez menos judicializar e cada vez mais cooperar com instituições internacionais”, enfatizou Laudemar Gonçalves. “Em vez de exigirmos que eles devolvam, o que nós faremos é: ‘Vocês não querem devolver? Vocês vão ficar bem na fita e nós vamos receber o nosso bem de volta’. Essa é uma temática que está franco crescimento, com devoluções recentes e muito importantes, como o fóssil Ubirajara jubatus e o manto Tupinambá. Nesse contexto, temos certeza de que, nos próximos anos, o combate ao tráfico e a restituição de bens culturais requererão um esforço cada vez mais concentrado de nossas instituições.”
O acervo atualizado traz mais campos de descrição e novas funcionalidades, permitindo maior precisão na busca dos bens e registro das informações. Qualquer pessoa pode acessar o sistema para verificar informações ou enviar denúncia de peças procuradas. Mais informações em gov.br/iphan.