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Monumento Aleijado: exposição de Céu Vasconcelos abre programação da segunda edição do Festival Trilha da Inclusão 

“O público pode esperar uma experiência sensorial e política, onde fotografia, performance, escultura, som e palavra se entrelaçam para contar outras histórias, as apagadas pelos registros oficiais”, diz Céu Vasconcelos.

A programação do Festival Trilha da Inclusão 2025 tem início no dia 10 de julho com a abertura da exposição Monumento Aleijado, da artista cearense Céu Vasconcelos, no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul). A mostra inaugura a segunda edição do projeto pioneiro, que segue até agosto, nos dias 1, 2 e 3, com espetáculos de teatro e dança, mostra de cinema, feira criativa e experiências sensoriais protagonizadas por artistas com deficiência.

O projeto é uma realização da Guia Acessibilidade Inclusiva com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC-DF) e apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF.

Sobre a exposição

Pela primeira vez em Brasília, Monumento Aleijado apresenta uma investigação poética e política sobre o corpo com deficiência a partir da linguagem das artes visuais. Ao transformar próteses em esculturas e intervir com fotografia, som e performance, Céu questiona os símbolos históricos da monumentalidade e propõe uma outra forma de permanência: “Um corpo que insiste, que ocupa, que se recusa a ser corrigido ou apagado”, define a artista.

Para Céu, a escolha da capital como local de exibição é simbólica. “Brasília é uma cidade repleta de monumentos e marcos arquitetônicos, onde a monumentalidade é um instrumento de poder. Minha presença nessa cidade se faz a partir do desejo de questionar: para quais corpos as cidades são planejadas? Quem tem o direito à memória e à permanência?”, reflete.

Com pesquisa focada na história das próteses e no controle dos corpos, a artista desenvolve suas próprias peças, que não buscam corrigir, mas ressignificar, não visam reabilitar, mas reencantar. “Sou uma pessoa com deficiência física congênita na mão direita, e desde criança sou constantemente questionada sobre o uso de prótese. Isso sempre me incomodou. Esse questionamento tem como base a ideia de que o corpo com deficiência é um erro e que precisa ser corrigido. Então, desde o início da minha trajetória venho investigando a história das próteses enquanto possíveis dispositivos de normatização do corpo e propondo a invenção das minhas próprias próteses, que não buscam atender uma demanda de super produtividade e eficiência imposta pelo capitalismo, mas atender uma demanda da vida: que é permanecer viva. Costumo dizer que o meu trabalho se faz no ato de derrubar esse corpo que foi forjado pela violência capacitista e, a partir dessas ruínas, construir um novo corpo”, explica.

A exposição marca o primeiro movimento do festival, que este ano amplia seu impacto social com uma programação voltada à inclusão de pessoas com deficiência em diversas linguagens artísticas e ações formativas. “É muito especial saber que existem projetos como o Trilha, que propõem o protagonismo e a difusão da produção artística de pessoas com deficiência. A cultura DEF não começou agora, ela vem sendo construída há anos, por muitos corpos”, enfatiza Céu.

Conheça o Festival

Criado com o propósito de ampliar o acesso à vida cultural da cidade, o Festival Trilha da Inclusão chega a sua segunda edição promovendo uma programação multicultural,  que acontece entre julho e agosto de 2025 no Espaço Cultural Renato Russo, reunindo múltiplas linguagens e experiências sensoriais. 

“Durante a etapa de seleção dos projetos, recebemos inscrições de diferentes estados do país, com trabalhos incríveis, tanto no cinema, teatro e dança quanto nas artes visuais. Foi uma seleção difícil, mas que certamente irá encantar o público do DF”, comenta Cássia Lemes, diretora da Guia Acessibilidade Inclusiva”, comenta Cássia Lemes, diretora da Guia Acessibilidade Inclusiva.

Confira programação:

Julho: exposição Monumento Aleijado, de Céu Vasconcelos, 

  • A partir de 10 de julho
  • Entrada gratuita

Agosto: programação multicultural em 1, 2 e 3 de agosto

Cinema: curtas realizados por artistas surdos

  • A Busca do Eu e o Silêncio – Giuliano Robert
  • Entre Sinais e Marés – João Gabriel Ferreira e João Gabriel Kowalski
  • O Voar das Borboletas – Luégio de Sousa
  • Louise – Domingos Sávio

Teatro / Dança:

  • Uma Sinfonia Diferente – Instituto Steinkopf
  • Sopro de Liberdade – Renata Rezende
  • Avivarte Dança – Instituto Avivarte
  • Corpo sobre Tela – Marcos Abranches

Durante o fim de semana do festival, a programação se expande com a Feira ARTeria, uma edição especial com curadoria de Beta Leonez, que reunirá artistas neurodivergentes e neurotípicos para celebrar o fazer manual, o empreendedorismo criativo e a convivência diversa. 

Pensado para proporcionar um refúgio sensorial, o Espaço Acolher acontecerá em parceria com a Clínica Avivar. Voltado para para pessoas neurodivergentes, crianças, jovens e suas famílias, o ambiente visa proporcionar atividades educativas, lúdicas e de descanso, além de oferecer suporte emocional e uma ambientação acolhedora para quem precisa de um tempo diferente do tempo do mundo.

Mais informações sobre a programação podem ser conferidas no perfil oficial do projeto: @trilha.dainclusao.

Foto: Divulgação

Serviço: Festival Trilha da Inclusão

Local: Espaço Cultural Renato Russo

Datas:

  • Exposição: a partir de 10 de julho
  • Cinema, teatro, dança, feira e espaço sensorial: 01, 02 e 03 de agosto

Entrada: gratuita e acessível

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