InícioCULTURARestauração de relógio contou com o jeitinho suíço-brasileiro

Restauração de relógio contou com o jeitinho suíço-brasileiro


Vinte e uma obras de arte destruídas no 8 de janeiro voltaram para casa, o Palácio do Planalto. Foram dois anos de um trabalho de restauração que mobilizou 50 profissionais e custou R$ 2 milhões. São quadros, esculturas, pinturas. E o relógio do século 17, presente a dom João VI, que foi jogado no chão por um manifestante golpista – que aliás, já está preso e cumprindo pena.

Uma relojoaria da Suíça foi responsável pela restauração por sua tradição e habilidade com relógios. Sem custos para o Brasil. Foram refeitos vidros e peças de bronze, de madeira e até de um pedaço um casco de tartaruga que faz parte do relógio, chamado de joia pelo embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri.

“A restauração do relógio foi complexa. Precisou da excelência e da viabilidade helvéticas, mas também da criatividade e do jeitinho suíço-brasileiro. Funcionou!”




 Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 

Mas, uma das obras mais marcantes é a tela de Di Cavalcanti, As Mulatas. Ela tem três metros e meio de largura por um e vinte de altura. Detalhe: o trabalho de restauração foi feito na parte da frente da tela, que foi esfaqueada naquele 8 de janeiro. Os restauradores tomaram o cuidado de deixar as marcas dos estragos na parte de trás, como se fossem as cicatrizes. Para que a data nunca seja esquecida.




Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Esse trabalho todo foi feito também em parceria com a Universidade Federal de Pelotas. Outra obra é uma ânfora italiana de cerâmica esmaltada que foi espatifada em mais de cem pedaços. Um verdadeiro quebra cabeças, como explicou a reitora da Universidade, Isabela Andrade.

“Os lastros da destruição eram fortes e sensíveis a todas as pessoas. Em seguida a nossa equipe especializada iniciou a aplicação de técnicas para reconstituição das obras vandalizadas como a gente pode ver na ânfora que tinham mais de 100 pedaços isso muito bem organizados e juntados pela equipe de limpeza aqui do Palácio um trabalho que foi bastante dedicado”. 




Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 

Outras obras incluem a escultura O Flautista, de Bruno Giorgi e pinturas de artistas brasileiros como Frans Krajcber e Glênio Bianchetti.



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